Guia básico sobre vinhos [1ª Parte]
09:04:00
É normal em qualquer restaurante mais
fancy, jantar de amigos ou mesmo num casamento, ver aquele chico-esperto a
agitar o copo, cheirar um pouco e às vezes bocejar.
Olha para cima, finge que está a saborear os taninos (mas na realidade está apenas a pensar a que horas joga o Benfica) e finaliza com uma simples expressão, algo do género "é bom, mas perdura demasiado na boca, após o contacto inicial do paladar. Provavelmente será da região..., ou mesmo da casta...".
Uma coisa é certa, ele tem razão, as castas e as regiões têm uma grande influência na qualidade, textura e paladar do vinho, mas a maioria destes marmelos apenas viram isto em filmes, leram uma pagina de uma revista de vinhos ou foram a uma prova apenas para impressionar os amigos.
Olha para cima, finge que está a saborear os taninos (mas na realidade está apenas a pensar a que horas joga o Benfica) e finaliza com uma simples expressão, algo do género "é bom, mas perdura demasiado na boca, após o contacto inicial do paladar. Provavelmente será da região..., ou mesmo da casta...".
Uma coisa é certa, ele tem razão, as castas e as regiões têm uma grande influência na qualidade, textura e paladar do vinho, mas a maioria destes marmelos apenas viram isto em filmes, leram uma pagina de uma revista de vinhos ou foram a uma prova apenas para impressionar os amigos.
Eu próprio não me considero um grande
especialista de vinho, tenho uma ideia do que anda aí, também faço algumas
figuras (mas só quando o empregado do restaurante me escolhe para provar o vinho), mas acima de tudo e acho que o mais importante nesta
área, é essencial saber identificar o que mais gostamos e como gostamos.
Este Guia servirá apenas para
iniciarem a vossa caminhada nesta área e perceberem um pouco mais sobre a
degustação do vinho.
Apreciação de um Vinho:
A apreciação de um vinho pode ser dividida em 3 partes:
Apreciação visual
A apreciação visual passa essencialmente por avaliar a tonalidade
(mais clara ou mais escura, carregada ou translucida) e limpidez do vinho (com
partículas em suspensão, como rolha ou pós, ou mesmo sedimentação na
base).
Apreciação Olfativa:
Agitando um pouco o copo, mais facilmente se libertarão os aromas.
Este é o mais inato e simples de todos os processos de apreciação do vinho, colocar o nariz dentro do copo, de uma forma natural, nada de exageros e inspirar como se de uma flor se tratasse.
São inúmeros os aromas existentes, podendo ser frutado, intenso, leve, floral, doce (e por aí fora...).
Há quem defenda o processo de várias inalações ao longo do processo de degustação, para mim basta uma ou duas, para poder sentir a maioria dos aromas.
Este é o mais inato e simples de todos os processos de apreciação do vinho, colocar o nariz dentro do copo, de uma forma natural, nada de exageros e inspirar como se de uma flor se tratasse.
São inúmeros os aromas existentes, podendo ser frutado, intenso, leve, floral, doce (e por aí fora...).
Há quem defenda o processo de várias inalações ao longo do processo de degustação, para mim basta uma ou duas, para poder sentir a maioria dos aromas.
Apreciação Gustativa :
Esta é a fase mais elaborada e mais aguardada de todo o processo. De
todas é a que requer mais treino e de todas é a que diferencia mais
consoante a experiência.
Um gole de vinho deve ser ponderado, nada de exageros para não o engolirmos de imediato, instintivamente.
A língua é composta por imensas pupilas gustativas, variando dos flancos, centro e ponta da língua, por isso convém passar o vinho por todas estas zonas. Defendido por muito enólogos, o bocejo e passagem do liquido de um lado para o outro antes de o ingerir é a pratica que melhor se adequa ao processo. Na minha opinião isto é um processo que só deve ser feito em casa. Num local de convívio ou restaurante, o ideal é sermos o mais discretos possíveis, optando por uma técnica que muitas das vezes passa despercebida - a incorporação de ar / arejar o vinho, ou seja, com os lábios entreabertos e com alguma inclinação da cabeça para baixo, permitindo que o vinho se acumule na parte interior dos lábios, inspirem pequenas porções de ar, criando bolhinhas no vinho e assim libertando a maioria dos sabores que o constituem.
Um gole de vinho deve ser ponderado, nada de exageros para não o engolirmos de imediato, instintivamente.
A língua é composta por imensas pupilas gustativas, variando dos flancos, centro e ponta da língua, por isso convém passar o vinho por todas estas zonas. Defendido por muito enólogos, o bocejo e passagem do liquido de um lado para o outro antes de o ingerir é a pratica que melhor se adequa ao processo. Na minha opinião isto é um processo que só deve ser feito em casa. Num local de convívio ou restaurante, o ideal é sermos o mais discretos possíveis, optando por uma técnica que muitas das vezes passa despercebida - a incorporação de ar / arejar o vinho, ou seja, com os lábios entreabertos e com alguma inclinação da cabeça para baixo, permitindo que o vinho se acumule na parte interior dos lábios, inspirem pequenas porções de ar, criando bolhinhas no vinho e assim libertando a maioria dos sabores que o constituem.
Dicas de como provar um copo de Vinho
(sem
parecer que tem a mania) :
É normal sempre que pedimos um vinho num restaurante, o empregado chegar à
mesa com a garrafa e perguntar quem será o provador. Ainda bem que é assim,
caso fosse a mesa toda a provar, primeiro teríamos um sério problema, para
o restaurante, no que toca ao vinho consumido, sem custo. E o segundo, seria o
inicio de inúmeras discussões sobre gostos e paladares por parte dos
intervenientes. Para além de tempo perdido, também poderia dar asas a
discussões que poderiam estragar por completo a ideia do jantar, como convívio.
Elegendo um provador, o empregado despeja um pouco de vinho no copo,
suficiente para 3 goles (diria eu). E aqui surgem enólogos de
excelência com técnicas elaboradas e prontos para fazer 30 por uma linha
com aqueles 5 dl de vinho, cujo o fim é apenas e simplesmente averiguar se a
qualidade está assegurada.
Sim, a qualidade!
Caso não gostem do vinho que escolheram ou afinal apercebem-se que hoje
estavam mais virados para o Alentejo do que para o Douro, deviam ter percebido
antes.
A ideia de prova de vinho, é apenas e simplesmente constatar a qualidade,
temperatura, vestígios ou validade do vinho.
Para melhor perceberem e não fazerem figuras de completos nabos, à frente
das outras pessoas, escrevi 5 simples passos a ter em conta:
1-Pegar o copo de vinho sempre pela haste:
Para além de dar mais estilo, também faz com que o vinho não aqueça e se
mantenha à temperatura ideal (garantida, esperemos nós, pelo próprio Restaurante).
2-Agitar o copo em círculos cerca de 2 ou 3 vezes:
A fim de averiguar se existe sedimentos, de rolha ou mesmo borra
proveniente do longo tempo na garrafeira.
3-Levantar o copo ao nível dos olhos, contra a luz:
Para conseguirmos apreciar a beleza e cor do vinho.
Mais importante, averiguar se o tom é demasiado turvo ou escurecido.
4-Cheirar o Vinho:
Basta apenas colocar o nariz dentro do copo e confirmar, com apenas uma
inspiração, que esta não cheira nem a mofo nem a vinagre.
5- Provar o Vinho:
Um pequeno golo, um pequeno tocar da língua no céu da boca enquanto este
escorrega para a garganta e nada de bocejos ou passagens da esquerda para a
deireita. Guardem esses hatos para mais tarde quando estiverem a lavar os
dentes em casa.
(Dica final, confirmem sempre o rotulo da garrafa se este é o vinho
escolhido)
Erros Frequentes:
Todos nós cometemos erros. Em vinho então somos especialistas!
Eu admito, já os cometi todos.
A maioria por vaidade e gula, a outra grande percentagem por incompetência.
Mas o maioria deles foi mesmo por gabarolice.
Sejam curiosos e humildes. pesquisem o máximo que puderem.
1º Erro: Encher o copo de vinho - Não o façam, para além de tornar o copo mais
pesado, impossibilitará girar o copo e fará com que não percebam ao certo a cor do
vinho.
Para não falar quando nos levantarmos, por isso aconselho a encherem cerca de 1/3 do copo. Muitos dos copos têm uma forma "elegante" de nos dar essa métrica (quando o copo ganha a forma oval):
Para não falar quando nos levantarmos, por isso aconselho a encherem cerca de 1/3 do copo. Muitos dos copos têm uma forma "elegante" de nos dar essa métrica (quando o copo ganha a forma oval):
2º Erro: Segurar
o copo pelo balão - O maior erro dos puros mortais. Pegar o copo
do vinho pela haste tem muito mais que se lhe diga, do que parecer algo
"chique".
Pegar pela haste evita que o calor das mãos passe para o vinho mantendo a
temperatura ideal do inicio ao fim da refeição.
Mas alto aí, eu próprio já o fiz, para
aquecer um pouco alguns vinhos brancos que por norma vêm gelados.
3º Erro: Comprar
o vinho pelo rotulo - Eu sei,
é normal!
A maioria das vezes não temos tempo e queremos apenas pegar um vinho que
impressione à primeira impressão. Mas é um erro, o ideal é mesmo fazerem uma
pequena pesquisa em casa ou, caso não seja possível, utilizar o Vivino. Eu
costumo usar esta aplicação, basta fotografar a garrafa e na hora terão toda a
informação necessária para tirar algumas conclusões e comprar o vinho certo
para a ocasião certa.
4º Erro: Beber
sempre o mesmo vinho - Já é velha a
regra: "equipa que ganha não mexe", e como em tudo aplica-se no
vinho. Mas se realmente querem aprender, conhecer e descobrir o Mundo do vinho,
talvez não seja boa ideia pedirem ou comprarem sempre a mesma garrafa de vinho.
Existem milhares de vinhos pelo mundo,
centenas de combinações, dezenas de castas, e todas elas espalhadas por regiões
diferentes (por exemplo: um vinho mono-casta Syrah de Setúbal, será
completamente diferente de um vinho com a mesma casta mas proveniente da
Califórnia).
5º Erro: Basear-se
nas regras clássicas de harmonização - "vinhos brancos vão com peixe, vinhos tintos
com carne", onde já ouvi isto? Resposta: em todo o lado! Não encarem estas regras como regras
absolutas, apenas como probabilidades. Claro que uma peça de carne terá mais
potencial se acompanhar com um vinho tinto, dado estes serem, por norma, mais
encorpados e mais intensos. Mas existem enumeres vinhos tintos frutados e leves
que caiem maravilhosamente com pratos de peixe como cataplanas ou mesmo
caldeirada.
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