E que tal um petisco em Santarém - Ó Balcão

08:47:00

Dia de viagem, com passagem em Santarém!
As caralhotas de Almeirim e os pampilhos do Biju já são razão mais que suficiente para fazer paragem, mas nos últimos tempos surgiu uma taberna, com muito bom ar, com intenções de apresentar os famosos pratos ribatejanos da zona, mas de uma forma mais digna. Mais apresentável e mais bem trabalhada.



No centro de Santarém há uma pequena Taberna de seu nome Ó BALCÃO, gerida pelo chef. Rodrigo Castelo, muito bem referenciado pela maioria dos grandes chefs nacionais e com um toque generoso de amor e respeito pelo produto e cultura portuguesa.
A recepção foi simples e descontraída, tal como o local, que apresenta uma decoração bem portuguesa num estilo de casa ribatejana e grande foco às nossas tradições e figuras portuguesas. As paredes decoradas de azulejos, as cadeiras em madeira maciça de antigamente e a mesa, de mármore sólido bem polido.

Menu escrito em folha A4 com pauta, como de um caderno se tratasse:

À Mão;
Para picar;
Peixe;
Carne.

Muito graças ao atendimento, um prego de atum na pombinha saiu pela curiosidade e gosto pela matéria. Logo de seguida um coscorão do Rio até ao Mar, com intuito de testar a criatividade do chef.

Pombinha – "Mistura de massa para pão e bolo adocicado em forma de pomba-, integram a história gastronómica da cidade de Santarém, apontadas como símbolo do culto do Espírito Santo, festejado na zona de Santarém e na região circundante.
Segundo a tradição, as Pombinhas de Santarém celebram a amizade e a reconciliação e terá feito parte do bodo que era distribuído aos pobres, no Dia de Pentecostes, data que é assinalada 50 dias depois da celebração da Páscoa" - 
A ligação de massa leve e adocicada, com o tenro bife de atum, confecionado na perfeição, com o seu sabor salgado natural, fez das suas! Ainda que, uma manteiga de ervas frescas para lhe dar alguma gordura, não ficaria nada mal, ainda assim este prego deixou todos a salivar por mais.


Coscorão do Rio até ao Mar.

A chegada do coscorão foi sem duvida uma explosão de fotos! Uma apresentação excecional num suporte em madeira e dois pequenos camarões do rio a espreitarem pela lona da massa. Por dentro uma marinada muito bem feita, com pimento vermelho e citrinos, conferindo um doce fantástico ao prato e cozendo na perfeição os peixes do rio que ali se apresentavam em pequenos cubos, com de ceviche se trata-se. 

Para picar: Fomos para os ovos rotos, que desceu um degrau para um mundo um pouco oleoso com necessidade de um vinagre floral e fresco para ter alguma identidade. 
O cachaço de porco-preto à campino voltou a elevar o nível a um estatuto alto. Diria mesmo, criou um efeito nostálgico em todos nós, aquela carne guisada com batata crocante em cubos, com um molho saboroso e caseiro, fez lembrar a qualquer um de nós um guisada aconchegante da Avó. Provavelmente um dos pratos com maior identidade portuguesa que provei nos últimos tempos.


Legumes grelhados

Carne: Costeletão de Maturada, apresentou-se todo cortado ao longo da tábua, num ponto perfeito de médio-mal passado, com sal fumado na ponta da tábua e uns legumes bem grelhados a servir de centro de mesa. O remate perfeito para uma tarde bem passada pelos montes de Santarém!

 O local ideal para um retiro gastronómico e conhecer um pouco melhor a gastronomia ribatejana, muito respeitada e com um toque de autor subtil e técnicas de cozinha modernas.







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