Wine & Tapas com a melhor vista de Lisboa

Quando falamos em história da restauração em Lisboa, somos obrigados a relembrar restaurantes como o Tagide. Bem por cima da Baixa Pombalina, com vista panorâmica para a Sé, castelo e rio Tejo, é este um dos espaços com mais história da Capital. Por aqui passaram figuras da política nacional, Reis da Música internacionais e uma mão cheia de figuras históricas que a pedido de confidencialidade almoçaram, jantaram e dançaram na sala privada, onde me encontro agora. Paço a explicar, o Tagide Wine&Tapas ocupa-se de uma antiga sala, cuja sua função nos anos 80 era proporcionar aos seus clientes um ambiente exclusivo.
Nos dias de hoje, remodelada, esta sala caracteriza-se como um espaço descontraído com mesas em madeira escura, paredes em madeira clara, candeeiros a fazer lembrar vidro de garrafa e ao fundo uma coleção de vinhos imensa com hipótese de escolha a copo, dando assim liberdade ao cliente de se servir consoante as suas necessidades, gostos.

_Entre tinto e Branco passamos por uma seleção de vinhos que de certa forma agradariam a todos os paladares: frutados, novos, seleção, reserva... Para se servir, basta colocar o cartão e optar entre cheio e meio copo.
_Podendo variar de vinho consoante o prato, tábua ou petisco que estamos a comer ?
_ Sim esse é o nosso conceito!

Para entrada pedimos uma tábua de petiscos (9€pax), composta por croquetes de morcela (simples, bem recheados, mas com pouco sabor a enchido), presunto de pata negra (muito bom e servido numa quantidade bastante aceitável). O queijo cortado em pequenos triângulos foi a surpresa da tábua (nenhum de nós esperava tal sabor , muito bom), peixinhos da horta (um feijão verde coberto por uma massa demasiado massuda, fazendo com que o sabor do feijão verde desvanecesse por completo e o sabor a frito prevalecesse, "foi de todos o pior").
Ficaria politicamente incorreto esquecer-me do pão. A variedade e notável qualidade de pão naquele cesto (couvert).



Como até estávamos numa de petiscar, pedimos um prato do dia para um. Migas de bacalhau bem ao estilo alentejano com fatias de pão inteiras, banhadas em caldo de bacalhau, com lascas de bacalhau espalhadas e bem à vista em todo o prato, uns ovos escalfados e umas uvas para aliviar o sabor pesado do prato. Estava bastante agradável, esta é a minha forma favorita de comer umas migas, bem ao estilo tradicional.




Fechando a loja do conceito de petiscar, mas mantendo o da partilha, partimos para algo mais consistente, algo que de imediato salta à vista, o costeletão (16€) Médio mal passado, com uns legumes grelhados (4€) a acompanhar. Escolha acertada, destacando-se de tudo o resto com presença, suculência e no ponto certo. Este costeletao estava óptimo! E para não falar dos legumes grelhados, que entre cogumelos, cenoura, batata doce assada, courgette e alcachofras, com umas fatias de maçã, não só para enfeitar mas também para controlar o açúcar dos legumes. 
Infelizmente, mais um vez, a massa usada para envolver a cebola frita era demasiado massuda e oleosa, dai apenas provarmos no fim com medo de estragar o resto.
Enquanto contentes e entre copos de vinho, o empregado sempre atencioso e presente, intervinha com algum aconselhamento sobre o vinho ideal para o prato seguinte.
Por mim ficava já por aqui. De estômago cheio ficaria bem apenas com um café, mas era difícil.



_Para sobremesa aconselhamos o mousse de caramelo com cobertura de espuma de café, algumas raspas de chocolate e avelãs de Ferrrero Rocher.

Deixou-me curioso! 
Pedi um e não me arrependi. O doce da mousse de caramelo foi facilmente controlado pela espuma suave de café. As raspas de chocolate preto dispersas por toda a sobremesa serviram como surpresa ao longo da sobremesa e as avelãs dando o toque final de crocância deliciosa.
Um conceito muito bem definido do que um wine & tapas bar deve ser. 

Agradável: