Um diamante em bruto no rio de Coina

Em pleno riacho, com água corrente e cristalina tendo o cascalho como pano de fundo, passa uma vez por dia uma pedra reluzente que só os mais atentos e perspicazes reparam. Essa pedra bassa é o que nós chamamos de diamante em bruto; É o nome ideal para chamar a esta pastelaria! 
No meio de Coína, sem dar nas vistas nem com um nome de destaque, aparece uma pastelaria de seu nome Santa Coína. 

Pequena, com uma simples esplanada corrida ao longo da montra, duas mesas no interior e uma montra cheia de bolos e pasteis, de cada lado da caixa. 
Enquanto estou na fila apercebo-me que a fábrica, mesmo por detrás do balcão, é pelo menos duas vezes o tamanho do estabelecimento de venda. Num dos lados apresentam-se os  bolos individuais, como travesseiros pastéis de nata e as famosas coininhas, de amêndoa e ovo. Do outro lado, a montra deslumbra com bolos à fatia, Red velvet, bolo de 3 chocolates belga, bolo de mousse... Por detrás do atendimento duas travessas, uma com pão-de-deus cortado em doses individuais e um género de caracol com amêndoa e ovos moles.


Foi difícil chegar a um bom senso, os travesseiros e o Red Velvet já me tinham sido aconselhados, "estavam certos na sacola!".
Peço uma coininha para provar e logo após a primeira dentada peço outra para levar. Como que embebido por este sabor, tenho o azar de a senhora me dizer " Os caracóis e os pães de deus saíram à pouco do forno, estão fresquinhos", na minha cabeça já só passavam fatias de fiambre e de queijo para rechear o pão-de-deus; " Um de cada pff". Respondia eu automaticamente. 
Nos instantes que lá estive, questionava-me acerca do tamanho do local. "Como poderia um espaço tão pequeno ter tanta gente?" A grande maioria dos pedidos eram para levar e apenas um ou dois cafés saiam da maquina.
Rapidamente apercebi-me:
Qualidade, apresentação, sabor e simpatia. Estes quatro pilares são o segredo para o sucesso deste pequeno diamante a pairar neste rio de Coína.